Mesmo com o anúncio da retoma do FMI no financiamento da economia, em especial o Orçamento do Estado, o Comité da Política Monetária do Banco de Moçambique não baixou os braços e decidiu ontem, em Maputo, aumentar a taxa de juro de política monetária.
O facto poderá ter implicações nas famílias moçambicanas, sobretudo no seio dos mais vulneráveis, tornando a vida mais cara e os pobres mais pobres.
Porém, o Banco Central fundamenta que esta decisão decorre da substancial revisão em alta perspectiva de inflação a curto e médio prazos, a reflectir a materialização e agravamento de alguns riscos, com destaque para a escalada do conflito geopolítico na Europa e a ocorrência de desastres naturais na região Centro e Norte do país.
“Daqui para a frente o Banco de Moçambique vai trabalhar para que a inflação seja controlada e que o sector privado com taxas de juros mais atrativas possa participar melhor na recuperação da nossa economia”, afirmou Rogério Zandamela, Governador do BM.
De acordo com o dirigente, o aumento da taxa MIMO visa manter o controlo da inflação a curto e médio prazo, de modo a permitir o início de um processo gradual de transição para taxas de juro de um digito, num contexto de retoma do programa com o FMI.
Na ocasião, Zandamela explicou que as perspectivas da inflação a curto e médio prazo foram revistas em alta.